sábado, 11 de abril de 2009

Foncebadón – Ponferrada: Surgen los primeros dolores

Cumprimos hoje um dos trajetos considerados mais difíceis até chegar a Santiago. Mas acho que será também um dos mais bonitos. Saímos do albergue de Foncebadón às 8 horas, com o termômetro marcando 4º abaixo de zero. A nevada da noite deixou a paisagem ainda mais branca. Estávamos a 1.500 metros de altura e tivemos que descer mil deles para chegar a Ponferrada, distante 26 quilômetros do ponto de partida.

O início foi complicado, pelo frio. Não viemos preparados para esse clima, ainda mais em plena primavera. Mas o corpo esquentou rápido e imprimi um ritmo forte de caminhada. O Daniel veio junto, mas a Laura acabou ficando para trás em alguns momentos.

Algumas horas depois a neve foi acabando e o clima também mudou. Pegamos um pouco de chuva, houve momentos de sol. Acho que passamos pelas quatro estações do ano num mesmo dia. E foi incrível quando terminamos a grande descida, olhamos para trás e vimos a montanha nevada por onde tivemos que passar. Eu, sicenramente, não podia acreditar.

Paramos para comer em El Acebo, um povoado lindo, onde todas as casas são cobertas por telhados de ardósia. O próximo povoado, Molinaseca, guarda uma ponte da época romana (foto) e as mesmas casinhas de ardósia. Daí para frente já se podia avistar Ponferrada, nosso destino de hoje. E o que parecia muito perto ficou cada vez mais longe. As montanhas nitidamente caminhavam junto conosco e a cidade não chegava. Pensei na minha vida, nos meus sonhos, e em como tudo aquilo parecia me mostrar o difícil e o gostoso que é chegar aos nossos objetivos.

Comecei a sentir o joelho direito, mas não sei bem por que, continuei muito rápido. Atravessar a ponte de Ponferrada me pareceu uma eternidade, mas às 15 horas já estávamos no albergue municipal. Depois do banho, já não conseguia mais dobrar o joelho. Agradeci por termos decidido andar 6 quilômetros mais na etapa de ontem, diminuindo o peso da de hoje.

Mesmo com muita dor, estava animado e saimos a passear. No centro histórico da cidade está o Castillo de los Templarios (foto), uma construção de pedra belíssima, apesar de representar um passado pouco admirado por mim.

Fizemos compras para jantar e tomamos limonada, uma bebida feita de vinho, limão e outros ingredientes macerados, típica da região na época da Semana Santa. A Laura comprou uma joelheira para mim e umas peregrinas do País Basco, que conheci ontem, me deram Voltarem.

Agora à noite a Laura caiu da beliche ao tentar subir e o Daniel quase queimou o cabelo dela com o isqueiro. Vou para cama, entre dores e crise de riso.

4 comentários:

Unknown disse...

Demais!!! Essa da Laura então, dei crise aqui de risada só de imaginar. Bjs.

Sirlene disse...

Kakakaka sò rindo. Espero que seu joelho te deixe completar sua meta...
Bjao saudade

Unknown disse...

me encanta que estés haciendo estas cosas y no botellón.

Vanvis disse...

Cair da beliche é osso hein...

Mas Savi... tenho certeza de que essa caminhada vai lhe proporcionar um imenso aprendizado. Ao olhar pra trás e ver a montanha nevada por onde passou, pense que ali ficaram todos os seus problemas, angústias, medos.. e que mais à frente, na caminhada e na vida, qdo surgirem novos "obstáculos", deixe-os para trás e siga seu caminho da maneira que te faça feliz..

E vê se cuida desse joelho hein!!!
Um grande bjoooo