sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Valencia pide mejoras en la educación

Aqueles conhecidos jogos políticos que colocam interesses partidários por cima da necessidade dos cidadãos não são exclusividade dos nossos governantes brasileiros. Nem mesmo dos países agora denominados “em vias de desenvolvimento”. Prova disso foram os rearranjos feitos pelo Partido Popular (PP) aqui em Valencia, que prejudicaram o sistema de ensino e levaram pelo menos 50 mil pessoas, segundo a Polícia Nacional Espanhola*, às ruas para protestar contra as decisões da Secretaria de Educação daqui.

Com o lema Amb aquesta educació, Font de Mora dimissió (Com essa educação, Font de Mora à demissão), a marcha, organizada pela Plataforma per l´Ensenyament Públic , pedia ao secretário de educação, Alejandro Font de Mora, mudanças em vários pontos estratégicos do sistema de ensino valenciano.Mas a questão mais polêmica e que causou a irritação da comunidade escolar foi a recente decisão do PP que obriga que a disciplina Educação para a Cidadania seja lecionada em inglês.

Com o discurso de incentivar o multilinguismo, o PP parecia ter encontrado a desculpa perfeita para boicotar a disciplina, nova no país, e com pautas muito modernas para o partido conservador. O projeto que aprovou o ensino da Educação para a Cidadania é nacional, comandado pelo Partido Socialista (Psoe), que governa a Espanha. Mas como a educação é competência das Comunidades Autônomas (como os Estados, no Brasil), o governo valenciano decidiu implantá-la em inglês.

Pelo que eu li na imprensa e pelo que escutei durante a manifestação, poucos estudantes tem nivel suficiente para estudarem uma matéria em inglês. A consequência disso é que a maioria deles foram reprovados.

Ainda que não seja a melhor opção, pelo menos parece que o protesto deu resultados. Uma semana depois o secretário Font de Mora autorizou o uso do Valenciano (idioma oficial de Valencia, juntamente com o castelhano) nas aulas. As outras reivindicações (que mais uma vez me fizeram lembrar do nosso querido país), como construção de escolas, contratação de professores, ampliação do sistema público para crianças de 0 a 3 anos, entre outras, receberam um calendário de negociação.


* Os organizadores da manifestação calcularam 100 mil pessoas. Eu acho que acreditei mais neste número, porque era muita gente pelas ruas do centro da cidade.