terça-feira, 15 de março de 2011

Valencia huele a pólvora: empiezan las Fallas

Valencia celebra essa semana sua festa mais importante do ano: as Fallas, o Falles (em catalão, o idioma local). De hoje até sábado, quando se celebra o dia de São José, a cidade praticamente para por completo para viver seu momento mais alto, com uma serie de atividades que atraem a centenas de pessoas cada ano.

A origem da festa é realmente muito simples: os moradores se juntavam no dia de São José para queimar os restos de madeira das carpintarias em grandes fogueiras no meio da rua. Com o tempo foram colocando también móveis e roupas velhas que tinham em casa. Era a maneira meio religiosa meio supersticiosa de queimar os seus males e problemas. As coisas foram evolucionando, primeiro competindo com a maior fogueira, depois com pequenas esculturas de madeira que satirizavam o clero e a burguesia até chegar no que é hoje: verdadeiras obras de arte que enchem as ruas de cor, luz e principalmente turistas.

As comissões falleiras – são pelo menos umas 400 agremiações-, bem no estilo do nosso carnaval, se preparam durante todo o ano para esses quatro dias. E hoje é quando podemos ver nas ruas os resultados. As fallas propriamente ditas, são esculturas feitas de material inflamável, como isopor, e parecem carros alegóricos estáticos distribuídos por vários pontos da cidade. São realmente impactantes pelo tamanho, cor e número, já que pode haver mais de 800 esculturas pela cidade.

Acompanhando as Fallas, a cidade realiza uma série de espetáculos de pirotecnia durante todo o mês de março, desfiles folclóricos com trajes típicos, oferendas de flores a Nossa Senhora, feiras, shows, etc etc etc. A cidade tem cheiro de pólvora e o barulho ensurdecedor das bombinhas que as crianças e adultos (acho que mais adultos que crianças) estouram o dia inteiro pelas ruas podem incomodar os ouvidos mais sensíveis.

É realmente um espetáculo, um carnaval popular que os valencianos vivem com muito afinco. E ainda que o objetivo de cada comissão falleira (Casal falleiro) é construir sua falla - seu monumento - e concorrer ao prêmio (não falei, mas existe uma premiação) durante o resto do ano cada grupo organiza atos festivos, culturais e sociais de todo tipo, que convertem a festa em um dos principais fios condutores da vida associativa e da rede social de Valencia. É um potente coletivo popular, muitas vezes (ou quase sempre) usado por partidos que buscam apoio da população nos seus projetos políticos populistas e pouco sérios. Mas esse é outro tema.

Essa semana tentarei dar mais detalhes da festa, antes do sábado, o grande dia (ou noite) do fogo. Em breve explicarei o por quê.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Un día para celebrar, todo el año para actuar

Celebração do Dia Mundial do Comércio Justo, em Valencia.

domingo, 15 de novembro de 2009

Las mentiras de la vida

Uma vez me disseram que uma paixão não dura mais que seis meses. E me mentiram mais uma vez...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

¡Feliz Cumpleaños, mamá!


Hoje acordei com uma imagem bonita na mente. Desde os primeiros minutos da manhã me lembrei do sorriso da minha mãe. Lembrei-me também das suas lágrimas, no dia da minha despedida quando vim para a Espanha. Mas logo pensei na minha infância e ri ao resgatar na memória imagens que para sempre ficarão guardadas comigo.

Hoje é aniversário da minha mãe. Não pude estar com ela, mas fiz questão de celebrar. Comprei bolo, vela e tudo. O Daniel e a Júlia participaram da festa. E queria compartilhar com todo mundo as imagens de uma festa ao mesmo tempo alegre e triste. Feliz simplesmente por ela existir e triste por essa saudade imensa que mora no meu coração.
Mãe, te amo!

Obs. Amanhã escrevo mais, mas hoje não me sinto muito bem e ainda por cima estou morto de sono).

domingo, 20 de setembro de 2009

Sol de otoño

Essas surpresas da vida. Parece ser que por aqui, mesmo no outono, o sol resolve dar sinal de vida de vez em quando. Hoje ele amanheceu brilhante e forte. E tava quente. Não esse calor que abafa, que incomoda. Ao contrário. Esse calor que reconforta e reanima.

As folhas ainda estão no chão. Muitas molhadas pela chuva dos últimos dias. Outras já apodreceram e até viraram adubo para a mesma árvore de onde caíram. Mas tem também algumas que estão verdes e vivas. Essas são as que mais causam dor ao olhá-las caídas no chão, ao lado da árvore que está ao mesmo tempo seca e molhada.

Não podem voltar para o lugar de onde saíram. Mas outras nascerão na próxima primavera. A parte boa é que pelo visto, neste ano, o inverno se converterá em verão de um dia para o outro. E assim, com um calor tropical, a árvore poderá recuperar sua majestosa copa antes do previsto, antes mesmo da primavera. Estará, quem sabe, mais forte para quando chegar o próximo outono.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Se acabó la alegría del verano

O outono chegou antes da hora. Chegou frio, escuro... uma surpresa nada agradável. Já se despediu o verão. Aquele sol que parecia tão lindo, que me dava calor e vontade de viver a vida em toda a sua plenitude, ficou cinzento, fraco e feio do dia para a noite.

As folhas começaram a cair de uma maneira rápida e inesperada. É triste, impactante. A árvore que ostentava sua copa verde e majestosa, agora parece morta. A mesma árvore que havia crescido rápido nas outras estações, causando inveja por sua beleza e harmonia, está seca e sem vida. No chão, as folhas que caíram viraram lembranças castanhas de uma época feliz.

Na rua, as pessoas parecem mais tristes. O tempo ficou frio e todos já colocaram seus abrigos que os protegem do mundo exterior. Voltamos a usar essas capas que prendem nossos corpos, escondem os verdadeiros sentimentos e nos impedem de compartir nossa essência mais bonita. Tudo por culpa de um sol que se apagou de repente e de um outono que chegou antes da hora.

Tenho vontade de voltar para o meu Brasil, onde pelo menos o sol brilha o ano todo.

domingo, 23 de agosto de 2009

Hegemonía brasileña en Valencia

Eu só pude escutar o barulho dos motores pelo lado de fora do circuito (não queria gastar uma fortuna para entrar). Lá da praia, não soube que Barrichello tinha ganhado o GP quando os carros pararam e acabou o ruído quase infernal . A feliz notícia só recebi quando cheguei em casa e confesso que me senti todo orgulhoso. Segundo ano da Fórmula 1 aqui em Valencia e segunda vitória brasileira. Nós mandamos e desmandamos no pedaço!

Brincadeiras à parte, o Rubinho merecia essa vitória. E se é aqui pertinho de mim, melhor ainda, mesmo que eu não o tenha visto. Depois de tanta confusão, de tanta crítica e de quase ter ficado sem equipe este ano, ele está literalmente dando a volta por cima e levando nosso nome mundo afora. Se no ano passado Felipe Massa entrou para a história como o primeiro piloto a vencer no circuito de Valencia, este ano Rubinho garantiu a hegemonia brasileira e entrou para a história como o piloto que conquistou a 100ª vitória do Brasil nos mundiais da F-1. Agora é torcer para quem sabe sermos campeões este ano. Ainda faltam seis corridas e não é impossível.

Enquanto isso, Valencia irá voltando à normalidade. Como é um circuito urbano, uma parte da cidade, próxima ao Porto, fica fechada durante esses dias. O bloqueio não é somente nas ruas que são usadas na competição, mas em outras tantas para organizar os acessos e por medidas de segurança também.

E é aí onde os valencianos podem se beneficiar da corrida. Moradores de prédios vizinhos ao circuito alugam suas varandas para os mais abonados assistirem à prova com toda a comodidade. O preço médio é de 250 euros por pessoa uns R$ 680), com buffet incluído. Dentro do circuito, os ingressos custam de 100 euros (sem direito a cadeira) a quase 500 euros nas melhores zonas. No ano passado, sem crise, teve gente que chegou a lucrar 20 mil euros ao disponibilizar a casa para grupos. Pena que eu não moro numa dessas ruas.

Fotos: Felipe Ramirez
De cima para baixo:
1 - Esse blogueiro que vos fala.
2 - Uma das ruas do circuito.
3 - Galpões do Porto transformados em boxes.
4 - Ferrari, sem Felipe Massa, prepara carro para corrida.