segunda-feira, 3 de março de 2008

Elecciones generales en España: el debate

Candidatos à presidencia do Governo da Espanha: Zapatero (esq.) e Mariano Rajoy


Fiquei surpreso ao descobrir hoje, dia do último debate presidencial antes das eleições ao governo da Espanha (marcadas para o próximo domingo), que este tipo de ato democrático não acontecia há pelo menos 15 anos. Um país que saiu da ditadura em 1975 e teve suas primeiras eleições diretas dois anos depois, não podia, no entanto, ver seus candidatos a presidente debatendo cara a cara suas propostas de governo. Uma lei eleitoral, sancionada durante o governo do partido de direita, o Partido Popular (PP), impedia que as forças políticas se confrontassem através de um sistema de comunicação público.

Menos mal que a norma mudou e os espanhóis puderam assistir a pelo menos dois debates, um na semana passada e outro hoje. A forma como ele é feito também me chamou a atenção. Diferente do Brasil, em que todos os candidatos são convidados para o ato, aqui somente os dois partidos de maior representatividade podem falar de seus projetos.

A falta de dinamismo também me causou curiosidade. Durante as duas horas do programa, que é produzido por um sistema estatal e transmitido por quase todos os canais abertos, os candidatos devem seguir apenas os temas propostos e os tempos determinados. Nenhuma pergunta é feita, nenhum questionamento por parte da população ou mediador. Só os candidatos falam.

Ainda assim, acho que Mariano Rajoy (PP) e o candidato socialista e atual presidente José Luis Rodriguez Zapatero (PSOE) trataram de temas que, de verdade, nunca ouvi sair da boca dos políticos brasileiros. Temos que guardar as devidas proporções, claro, mas a questão social aqui, que tem problemas infinitamente menores que nosso país, foi amplamente discutida.

Na minha opinião, saiu ganhando Zapatero, que apresentou propostas mais concretas para sua gestão, diferente de Rajoy, que fez críticas duras às políticas econômica e antiterrorista (leia-se anti-ETA) do atual governo, mas sem apresentar suas idéias.

O tema da imigração, meu atual favorito, também não foi esquecido. Gostei de ver um Zapatero defendendo a importância dos imigrantes para a manutenção da economia espanhola e não me surpreendeu escutar a um Rajoy criticar a constante entrada de estrangeiros em território nacional.

Depois de apenas duas semanas de campanha – é o período determinado por lei - parte da população, já que o voto não é obrigatório, tomará sua decisão. Boa sorte a todos os espanhóis e a todas a nações que são diretamente afetadas com as decisões tomadas aqui neste país.

sábado, 1 de março de 2008

Una ciudad que canta

Madrid é uma cidade com trilha sonora. É quase impossível passear pela capital espanhola e não encontrar um artista de rua nas esquinas, pontos turísticos ou pelos vagões do metrô, com seus instrumentos e suas músicas bastante agradáveis.

No primeiro dia em que peguei o metrô já pude ouvir o pequeno show de um cara que entrou com um saxofone tocando músicas deliciosas de se escutar pela manhã. Não resisti e fiz uma foto, antes que ele passasse recolhendo as moedas que, felizmente, muita gente dá.

Em uma das ruas de acesso à Puerta del Sol, famoso ponto turístico de Madrid, uma banda inteira, com cinco músicos, tocava vários instrumentos para quem quisesse ouvir.

No domingo à tarde, enquanto esperava em uma fila quilométrica para entrar no Museu del Prado, pude ouvir inclusive “Garota de Ipanema”, tocada por um saxofonista que estava sentado em um ponto estratégico dos jardins do museu. Confesso que meu dia ficou muito mais alegre.