Valencia celebra essa semana sua festa mais importante do ano: as Fallas, o Falles (em catalão, o idioma local). De hoje até sábado, quando se celebra o dia de São José, a cidade praticamente para por completo para viver seu momento mais alto, com uma serie de atividades que atraem a centenas de pessoas cada ano.
A origem da festa é realmente muito simples: os moradores se juntavam no dia de São José para queimar os restos de madeira das carpintarias em grandes fogueiras no meio da rua. Com o tempo foram colocando también móveis e roupas velhas que tinham em casa. Era a maneira meio religiosa meio supersticiosa de queimar os seus males e problemas. As coisas foram evolucionando, primeiro competindo com a maior fogueira, depois com pequenas esculturas de madeira que satirizavam o clero e a burguesia até chegar no que é hoje: verdadeiras obras de arte que enchem as ruas de cor, luz e principalmente turistas.
As comissões falleiras – são pelo menos umas 400 agremiações-, bem no estilo do nosso carnaval, se preparam durante todo o ano para esses quatro dias. E hoje é quando podemos ver nas ruas os resultados. As fallas propriamente ditas, são esculturas feitas de material inflamável, como isopor, e parecem carros alegóricos estáticos distribuídos por vários pontos da cidade. São realmente impactantes pelo tamanho, cor e número, já que pode haver mais de 800 esculturas pela cidade.
Acompanhando as Fallas, a cidade realiza uma série de espetáculos de pirotecnia durante todo o mês de março, desfiles folclóricos com trajes típicos, oferendas de flores a Nossa Senhora, feiras, shows, etc etc etc. A cidade tem cheiro de pólvora e o barulho ensurdecedor das bombinhas que as crianças e adultos (acho que mais adultos que crianças) estouram o dia inteiro pelas ruas podem incomodar os ouvidos mais sensíveis.
É realmente um espetáculo, um carnaval popular que os valencianos vivem com muito afinco. E ainda que o objetivo de cada comissão falleira (Casal falleiro) é construir sua falla - seu monumento - e concorrer ao prêmio (não falei, mas existe uma premiação) durante o resto do ano cada grupo organiza atos festivos, culturais e sociais de todo tipo, que convertem a festa em um dos principais fios condutores da vida associativa e da rede social de Valencia. É um potente coletivo popular, muitas vezes (ou quase sempre) usado por partidos que buscam apoio da população nos seus projetos políticos populistas e pouco sérios. Mas esse é outro tema.
Essa semana tentarei dar mais detalhes da festa, antes do sábado, o grande dia (ou noite) do fogo. Em breve explicarei o por quê.
terça-feira, 15 de março de 2011
Valencia huele a pólvora: empiezan las Fallas
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terça-feira, 25 de maio de 2010
Un día para celebrar, todo el año para actuar
Celebração do Dia Mundial do Comércio Justo, em Valencia.
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domingo, 15 de novembro de 2009
Las mentiras de la vida
Uma vez me disseram que uma paixão não dura mais que seis meses. E me mentiram mais uma vez...
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
¡Feliz Cumpleaños, mamá!
Hoje acordei com uma imagem bonita na mente. Desde os primeiros minutos da manhã me lembrei do sorriso da minha mãe. Lembrei-me também das suas lágrimas, no dia da minha despedida quando vim para a Espanha. Mas logo pensei na minha infância e ri ao resgatar na memória imagens que para sempre ficarão guardadas comigo.
Hoje é aniversário da minha mãe. Não pude estar com ela, mas fiz questão de celebrar. Comprei bolo, vela e tudo. O Daniel e a Júlia participaram da festa. E queria compartilhar com todo mundo as imagens de uma festa ao mesmo tempo alegre e triste. Feliz simplesmente por ela existir e triste por essa saudade imensa que mora no meu coração.
Mãe, te amo!
Obs. Amanhã escrevo mais, mas hoje não me sinto muito bem e ainda por cima estou morto de sono).
domingo, 20 de setembro de 2009
Sol de otoño
Essas surpresas da vida. Parece ser que por aqui, mesmo no outono, o sol resolve dar sinal de vida de vez em quando. Hoje ele amanheceu brilhante e forte. E tava quente. Não esse calor que abafa, que incomoda. Ao contrário. Esse calor que reconforta e reanima.
As folhas ainda estão no chão. Muitas molhadas pela chuva dos últimos dias. Outras já apodreceram e até viraram adubo para a mesma árvore de onde caíram. Mas tem também algumas que estão verdes e vivas. Essas são as que mais causam dor ao olhá-las caídas no chão, ao lado da árvore que está ao mesmo tempo seca e molhada.
Não podem voltar para o lugar de onde saíram. Mas outras nascerão na próxima primavera. A parte boa é que pelo visto, neste ano, o inverno se converterá em verão de um dia para o outro. E assim, com um calor tropical, a árvore poderá recuperar sua majestosa copa antes do previsto, antes mesmo da primavera. Estará, quem sabe, mais forte para quando chegar o próximo outono.
As folhas ainda estão no chão. Muitas molhadas pela chuva dos últimos dias. Outras já apodreceram e até viraram adubo para a mesma árvore de onde caíram. Mas tem também algumas que estão verdes e vivas. Essas são as que mais causam dor ao olhá-las caídas no chão, ao lado da árvore que está ao mesmo tempo seca e molhada.
Não podem voltar para o lugar de onde saíram. Mas outras nascerão na próxima primavera. A parte boa é que pelo visto, neste ano, o inverno se converterá em verão de um dia para o outro. E assim, com um calor tropical, a árvore poderá recuperar sua majestosa copa antes do previsto, antes mesmo da primavera. Estará, quem sabe, mais forte para quando chegar o próximo outono.
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Se acabó la alegría del verano
O outono chegou antes da hora. Chegou frio, escuro... uma surpresa nada agradável. Já se despediu o verão. Aquele sol que parecia tão lindo, que me dava calor e vontade de viver a vida em toda a sua plenitude, ficou cinzento, fraco e feio do dia para a noite.
As folhas começaram a cair de uma maneira rápida e inesperada. É triste, impactante. A árvore que ostentava sua copa verde e majestosa, agora parece morta. A mesma árvore que havia crescido rápido nas outras estações, causando inveja por sua beleza e harmonia, está seca e sem vida. No chão, as folhas que caíram viraram lembranças castanhas de uma época feliz.
Na rua, as pessoas parecem mais tristes. O tempo ficou frio e todos já colocaram seus abrigos que os protegem do mundo exterior. Voltamos a usar essas capas que prendem nossos corpos, escondem os verdadeiros sentimentos e nos impedem de compartir nossa essência mais bonita. Tudo por culpa de um sol que se apagou de repente e de um outono que chegou antes da hora.
Tenho vontade de voltar para o meu Brasil, onde pelo menos o sol brilha o ano todo.
As folhas começaram a cair de uma maneira rápida e inesperada. É triste, impactante. A árvore que ostentava sua copa verde e majestosa, agora parece morta. A mesma árvore que havia crescido rápido nas outras estações, causando inveja por sua beleza e harmonia, está seca e sem vida. No chão, as folhas que caíram viraram lembranças castanhas de uma época feliz.
Na rua, as pessoas parecem mais tristes. O tempo ficou frio e todos já colocaram seus abrigos que os protegem do mundo exterior. Voltamos a usar essas capas que prendem nossos corpos, escondem os verdadeiros sentimentos e nos impedem de compartir nossa essência mais bonita. Tudo por culpa de um sol que se apagou de repente e de um outono que chegou antes da hora.
Tenho vontade de voltar para o meu Brasil, onde pelo menos o sol brilha o ano todo.
domingo, 23 de agosto de 2009
Hegemonía brasileña en Valencia
Eu só pude escutar o barulho dos motores pelo lado de fora do circuito (não queria gastar uma fortuna para entrar). Lá da praia, não soube que Barrichello tinha ganhado o GP quando os carros pararam e acabou o ruído quase infernal . A feliz notícia só recebi quando cheguei em casa e confesso que me senti todo orgulhoso. Segundo ano da Fórmula 1 aqui em Valencia e segunda vitória brasileira. Nós mandamos e desmandamos no pedaço!
Brincadeiras à parte, o Rubinho merecia essa vitória. E se é aqui pertinho de mim, melhor ainda, mesmo que eu não o tenha visto. Depois de tanta confusão, de tanta crítica e de quase ter ficado sem equipe este ano, ele está literalmente dando a volta por cima e levando nosso nome mundo afora. Se no ano passado Felipe Massa entrou para a história como o primeiro piloto a vencer no circuito de Valencia, este ano Rubinho garantiu a hegemonia brasileira e entrou para a história como o piloto que conquistou a 100ª vitória do Brasil nos mundiais da F-1. Agora é torcer para quem sabe sermos campeões este ano. Ainda faltam seis corridas e não é impossível.
Enquanto isso, Valencia irá voltando à normalidade. Como é um circuito urbano, uma parte da cidade, próxima ao Porto, fica fechada durante esses dias. O bloqueio não é somente nas ruas que são usadas na competição, mas em outras tantas para organizar os acessos e por medidas de segurança também.
E é aí onde os valencianos podem se beneficiar da corrida. Moradores de prédios vizinhos ao circuito alugam suas varandas para os mais abonados assistirem à prova com toda a comodidade. O preço médio é de 250 euros por pessoa uns R$ 680), com buffet incluído. Dentro do circuito, os ingressos custam de 100 euros (sem direito a cadeira) a quase 500 euros nas melhores zonas. No ano passado, sem crise, teve gente que chegou a lucrar 20 mil euros ao disponibilizar a casa para grupos. Pena que eu não moro numa dessas ruas.
Fotos: Felipe Ramirez
De cima para baixo:
1 - Esse blogueiro que vos fala.
2 - Uma das ruas do circuito.
3 - Galpões do Porto transformados em boxes.
4 - Ferrari, sem Felipe Massa, prepara carro para corrida.
Brincadeiras à parte, o Rubinho merecia essa vitória. E se é aqui pertinho de mim, melhor ainda, mesmo que eu não o tenha visto. Depois de tanta confusão, de tanta crítica e de quase ter ficado sem equipe este ano, ele está literalmente dando a volta por cima e levando nosso nome mundo afora. Se no ano passado Felipe Massa entrou para a história como o primeiro piloto a vencer no circuito de Valencia, este ano Rubinho garantiu a hegemonia brasileira e entrou para a história como o piloto que conquistou a 100ª vitória do Brasil nos mundiais da F-1. Agora é torcer para quem sabe sermos campeões este ano. Ainda faltam seis corridas e não é impossível.
Enquanto isso, Valencia irá voltando à normalidade. Como é um circuito urbano, uma parte da cidade, próxima ao Porto, fica fechada durante esses dias. O bloqueio não é somente nas ruas que são usadas na competição, mas em outras tantas para organizar os acessos e por medidas de segurança também.
E é aí onde os valencianos podem se beneficiar da corrida. Moradores de prédios vizinhos ao circuito alugam suas varandas para os mais abonados assistirem à prova com toda a comodidade. O preço médio é de 250 euros por pessoa uns R$ 680), com buffet incluído. Dentro do circuito, os ingressos custam de 100 euros (sem direito a cadeira) a quase 500 euros nas melhores zonas. No ano passado, sem crise, teve gente que chegou a lucrar 20 mil euros ao disponibilizar a casa para grupos. Pena que eu não moro numa dessas ruas.
Fotos: Felipe Ramirez
De cima para baixo:
1 - Esse blogueiro que vos fala.
2 - Uma das ruas do circuito.
3 - Galpões do Porto transformados em boxes.
4 - Ferrari, sem Felipe Massa, prepara carro para corrida.
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Saviano Abreu
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